18

Jan 2009

Todo dia que vivo é uma morte

Meu corpo está cansado, minhas mãos tremem. A vida parece esvair.

Escrever me cansa, desejar me atira à cama em prantos.

Lembro-me do dia que não desejei, quando meu coração era uma natureza selvagem, sem amor, sem paixão, fresco e úmido como uma floresta temperada, meus olhos brilhavam inocência.

Ah! Eu vivia e caminhava em direção à plenitude, ao tudo ser, à absoluta felicidade e… sempre dançando, sorrindo.

Mas eu me apaixonei, você tomou de mim o fôlego, invadiu meus sonhos, construiu portões, estradas e cidades nas florestas do meu coração, fez-me perder o rumo, esquecer como ler as estrelas, perder-me no meu próprio caminho.

Ali eu comecei a morrer. A vida não vai em direção à paixão, foge dela, vai às bordas do mundo… e eu morro mais a cada dia, evito as estradas, procuro o céu tentando trazer de volta a selvageria.

Desde o dia em que vivi intensamente caminho para a morte, e a morte é a nova esperança que você me deixou antes de partir.

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